segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Desperdicios - Vida

Desperdicei a minha vida.

Finalmente apercebi-me realmente disso, desperdicei metade da minha vida em busca de algo que afinal sempre esteve comigo e que so agora cheguei a conclusao e a maturidade para entender isso.
Resta-me mais quarenta e tal anos de vida, ou seja atingi a metade e so tenho a outra metade para realizar aquilo para o qual nasci, se era o meu destino aperceber-me so agora desse facto nao sei, so sei que me resta tentar ao maximo recuperar esse tempo da melhor forma.

Claro que falo por mim como e logico, mas penso que cada um deveria fazer uma lavagem interior, uma introspeccao sincera e analisar tudo que viveu ate a data e descobrir se esta realmente a seguir e a fazer aquilo para o qual sente que nasceu, o se anda somente a desperdicar existencia atras de ilusoes, esta analise deve ser feita de uma forma sincera, sem mentiras, indulgencias, autocomiseracoes ou piedades de qualquer especie, uma analise fria e conclusiva do que se deperdicou e se o que resta e suficiente para compensar as perdas.

Queimamos tempo com coisas e ideias inuteis, pensando que somos eternos, ate que um belo dia caimos em nos e vemos que nao e bem assim, temos os minutos contados ao cimo deste planeta e como tal temos de os viver tirando o maximo partido e prazer de cada um deles.

Por exemplo cheguei finalmente a conclusao de que o que gostaria realmente de fazer era pintar, ou seja a minha real paixao e a pintura.
Agora fazendo contas por alto (a velocidade e da forma como pinto), se fizer contas a um ou dois quadros que acabe por ano da-me na melhor das hipoteses cerca de 80 quadros para fazer, assustador nao? Agora caso consiga e isto a pintar umas horas todos os dias acabar dois quadros por mes, vai-me dar a modestia quantia de 960 quadros acabados ate ao final da minha passagem por este mundo, nao me vai dar para arranjar grande fortuna.

O tempo que desperdicei nao me da ou dificilmente me vai dar para atingir o milhar de quadros terminados, o que quer dizer que desperdicei anos a procura da minha real paixao, para me aperceber que ela sempre esteve comigo, sempre fez parte de mim e que afinal nao tive foi a capacidade, a maturidade e a coragem de alterar a minha vida de forma a poder usufruir dessa minha paixao atempadamente, como tal tenho de inventar desculpas a mim mesmo (e que simples isso e, que simples e cairmos na autocomiseracao), agora nao posso e desperdicar o tempo que me resta com choros e lamentacoes pelo que poderia ter feito, ou seja nao me resta tempo para desperdicar mais tempo, so tenho de seguir em frente e lutar por essa paixao com o maximo de prazer.
Houve na minha vida muito boa gente que viu o caminho que as coisas levavam e que tentaram me dizer, muito boa gente que apostou me mim e nas minhas capacidades, mas perante as quais nao tive a minima humildade em reconhecer que talvez poderiam ter razao, e um problema quando pensamos que sabemos tudo e descobrimos que afinal nas sabemos absolutamente nada e so temos essa mania egocentrista de que somos os donos da verdade absoluta porque no fundo trememos de medo e esse e o nosso escudo contra esse medo, contra o medo que temos do desconhecido, o pior e que o desconhecido na maior parte das vezes somos nos mesmos.
Estou a falar de pintar no meu caso, mas quem diz pintar diz estar com a pessoa de quem se gosta, estar com os amigos, com os filhos, enfim tirar partido e intensificar ao maximo tudo aquilo do qual possamos tirar, e que nos de prazer fazer na vida, que nos de bem estar, harmonia e fundamentalmente paz, so assim poderemos atingir na velhice um estado em que quando olharmos para tras so nos poderemos sentir bem connosco mesmo, sem magoas, rancores, desilusoes, odios, so assim poderemos entao abracar a morte como ela merece ser abracada, com a docura de se ter tido uma vida proveitosa, cheia e plena.
Descobri finalmente algo para mim mesmo, no fim fico feliz porque o tempo que perdi nao foi em vao, perdi para umas coisas mas ganhei em conhecimento, conhecimento que me vai fazer abracar a vida de forma diferente, veio tarde mas nao tao tarde como para aqueles que morrem sem o menor conhecimento do que estiveram a fazer neste mundo, ou para o qual nasceram.
Veio tarde mas talvez nao tao tarde do que para aqueles que morrem num completo desperdicio de existencia.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Jorge Luís Borges

Jorge Luís Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de Agosto de 1899 —Genebra, 14 de Junho de 1986), e considerado o maior poeta Argentino de todos os tempos e um dos mais importantes escritores da literatura mundial.
Poeta, escritor, tradutor, critico e ensaista, e bastante conhecido pelos seus contos e historias curtas, escreveu aos nove anos o seu primeiro conto "La Visera Fatal", inspirado num dos episodios de Dom Quixote.
Adquire desde cedo o dominio perfeito da lingua inglesa.
Entre 1914 e 1921 reside e estuda em Italia e na Suica, passando tambem por Espanha.
Em 1921 regressa a Argentina, onde funda "Proa" uma revista vanguardista e comeca a publicar como critico literario em diversas publicacoes.
Nos anos 50 da aulas de Literatura Inglesa na Universidade de Buenos Aires e preside a Associacao Argentina de Escritores, com graves problemas visuais desde a juventude, a partir de 1956 fica totalmente cego.
E nomeado director da Biblioteca Nacional apos a queda do regime de Juan Peron.
Aos 87 anos parte para Genebra a fim de la falecer.
Entre as principais obras de Jorge Luis Borges destacam-se: "Ficcoes", "El Aleph", "Historia Universal da Infamia", entre outros.

"Seu texto é sempre o de uma pessoa que, reconhecendo honestamente a fragilidade e as limitações do ser humano, nos coloca diante de reflexões nas quais, com freqüência, está presente o nosso próprio destino." (Miguel A. Paladino).


ARTE POETICA - Jorge Luís Borges

Mirar el río hecho de tiempo y agua,
y recordar que el tiempo es otro río,
saber que nos perdemos como el río
y que los rostros pasan como el agua.

Sentir que la vigilia es otro sueño
que sueña no soñar y que la muerte
que teme nuestra carne es esa muerte
de cada noche, que se llama sueño.

Ver en el día o en el año un símbolo
de los días del hombre y de sus años,
convertir el ultraje de los años
en una música, un rumor y un símbolo

ver en la muerte el sueño, en el ocaso
un triste oro, tal es la poesía
que es inmortal y pobre.
La poesía vuelve como la aurora y el ocaso.

A veces en las tardes una cara
nos mira desde el fondo de un espejo;
el arte debe ser como ese espejo
que nos revela nuestra propia cara

Cuentan que Ulises, harto de prodigios,
lloró de amor al divisar su Itaca
verde y humilde.El arte es esa Itaca
de verde eternidad, no de prodigios.

También es como el río interminable
que pasa y queda y es cristal de un mismo
Heráclito inconstante, que es el mismo
y es otro, como el río interminable.

De El Hacedor (1960)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Musicas do mundo - Lauryn Hill

Lauryn Hill (25 de Maio de 1975), fez parte do trio musical The Fugees.
Com o lancamento do seu primeiro disco a solo "The Miseducation of Lauryn Hill" de 1998, , teve onze nomeacoes aos Grammy de 1999, levando cinco premios, entre eles o de Album do Ano e Melhor Cantora do Ano.
E do seu segundo album "MTV Unplugged 2.o" (DVD que vale a pena ver e acima de tudo escutar com atencao), que coloco as seguintes musicas:

"Rebel"



"I Gotta Find Peace of Mind "