segunda-feira, 23 de maio de 2011

Rokia Traore - Mouneissa


Mouneissa, é o nome do album de estreia de Rokia Traoré (já tinha falado sobre ela num post anterior), mas é sempre uma maravilha voltar a ouvir a beleza da sua voz , aqui aliada á sublime beleza do continente Africano, simplesmente um deleite.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Chakras e consciência

Tanto se ouve falar acerca deles, mas o que são realmente os Chakras?
Nestes 3 filmes animados temos a explicação:


Parte 1


Parte 2


Parte 3

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Shushkof - Invention of Love (2010) - Animated Short Film



Invenção do Amor, é um belíssimo short movie escrito e dirigido por Andrey Shushkof (http://www.shushkof.com/) e baseado na obra *The Mysterious Explorations of Jasper Morello* de Anthony Lucas.


Num mundo extremamente industrializado onde a predominancia de invenções cada vez mais elaboradas e complexas substituem as formas da natureza em detrimento de rodas dentadas, molas, motores e poluição, qual o espaço para o amor?

sábado, 30 de outubro de 2010

Tattau - ou a arte na Pele (parte1)


A tatuagem ou tattoo (derivada da antiga onomatopeia polinesiana "tatau" ) e todas as praticas de modificacao corporal permanente (piercing, escarificacao e branding) foram e sao utilizadas por muitissimas culturas, tanto antigas quanto contemporaneas e acompanhando o homem por grande parte de sua existência, e respondem a quatro funcoes principais tais como: funcao ornamental; funcao terapeutica e/ou preventiva (sobretudo nas culturas mais antigas); funcao de posicionamento ou status social como marca de identificaçao dos membros de uma etnia ou de certo status social (desde o senhor e rei ao escravo e prisioneiro), ou como genero sexual e por ultimo como funcao religiosa.
Grande parte das vezes em muitas culturas este tipo de modificacao corporal representa um ritual de passagem em muitas culturas, como por exemplo da infancia para a idade adulta.

A historia da tatuagem começa com a historia do homem.
Acredita-se que desde a era pré-histórica do Paleolitico Superior (Homem de Cro-Magnon, 35.000- 10.000 a.C., e Neolitico, VIII – IV milenio a.C.) e gracas a descoberta de estatuetas com sinais geometricos no corpo, supoe-se que os homens, dotados de habilidades em extrair cores de minerais e vegetais (as cores mais utilizadas seriam o ocre vermelho e o preto das cinzas de carvao e que ainda hoje e materia prima para o preto da tinta usada para tatuagem), utilizassem instrumentos pontiagudos tais como ossos, dentes, paus afiados, etc. para realizar marcas permanentes no corpo.
A primeira prova concreta do amplo uso de tatuagens feito pelo homem na Europa teve-se com Ötzi, a múmia descoberta em 1991 nos Alpes italianos e datada do IV milenio a.C. que continha 57 tatuagens, algumas das quais eram localizadas em (ou perto de) pontos que coincidem com os atuais pontos de acupuntura, tais como uma cruz atras do joelho esquerdo, seis linhas retas de 15 centimetros na regiao dos rins e numerosas pequenas linhas paralelas da lombar ate as pernas e tornozelos que os cientistas creem que podem ter sido feitas para tratar os sintomas de doenças de que Ötzi parece ter sofrido, como parasitas digestivos e artrose.



Outra múmia descoberta na Siberia e chamada de o homem de Pazyryke e datada entre o V e o IV seculo, foi extraida do permafrost (solo permanentemente congelado) de Altai no Cazaquistao em 1940, e uma múmia feminina e uma masculina no Planalto de Ukok em 1990. Suas tatuagens envolviam padroes animais representados em estilo curvilineo. O homem de Pazyryk era um chefe Cíta. Os citas eram um povo da Eurasia de origem iraniana que ocupava as fronteiras da Mongolia, China, Russia e Cazaquistao. Ele tem lindos desenhos de animais reais, tatuados com grande arte nos ombros, bracos e pernas,tais como varios peixes, tigres, leopardos, cavalos, carneiros selvagens, cervos, as vezes combinados em cenas de caça e animais fantasticos e monstros e tambem como uma serie de pontos ao longo da coluna vertebral na regiao lombar e ao redor do tornozelo.

A tatuagem foi utilizada por todas as grandes civilizacoes antigas das quais a destacar:

Egípcios

Provas arqueologicas confirmam que no antigo Egipto (4000 a 2000 a.C) se tatuava no Vale do Rio Nilo, descobriram-se corpos mumificados, recuperados da dinastia XI, que mesmo em tenra idade exibiam tatuagens. Em 1891, arqueologos descobriram em Tebas, os restos mumificados de Amonet, uma sacerdotisa da deusa Hartor e que viveu entre 2160 a.C e 1994 a.C. A mumia exibe varias linhas e pontos tatuados sobre seu corpo, pontos de agrupamentos e/ou tracos foram alinhados em padroes ornamentais, geometricos e abstratos, no peito, costas, pelve e pernas. As tatuagens nas costas e no peito, formam padroes de colares e cintos que eram claramente ornamental. As tatuagens na pelve acreditasse que seriam para aumentar a fertilidade.

Esta forma de arte era restrita somente a mulheres e geralmente mulheres ligadas com a pratica ritualistica. Cre-se ainda que foram os egi­pcios a disseminar a pratica da tatuagem pelo mundo.



Povos Amerindios.

America do Sul e Central

No Peru, mumias incas tatuadas encontradas datam do seculo 11. Quando Cortes e seus conquistadores chegaram a Costa do Mexico em 1519, ficaram horrorizados ao descobrir que os nativos nao so adoravam "demonios" em forma de estatuaria e idolos, mas que tambem tinham marcas indeleveis das imagens destes idolos na pele. Os espanhois, que nunca tinha ouvido falar de tatuagem, reconheceram-na imediatamente como obra de Satanas.



Brasil

Os Indios ja se tatuavam muito antes de os Portugueses terem chegado por volta de 1500 e o costume sobrevive ainda hoje em muitas das tribos Amazonicas.
A tatuagem e bastante valorizada dentro da cultura indigena, existem cerca de 200 etnias em territorio Brasileiro e ha uma enorme variadade de desenhos, mas sao poucos os indios que praticam a tatuagem definitiva.
Os mais complexos exemplos de tatuagem tribal brasileira sao os indios da tribo Kadiweu, que vivem na fronteira do Brasil com o Paraguai e que sao famosos pela arte refinada dos seus desenhos geometricos, os desenhos faciais e corporais destes guerreiros fascinaram muitos exploradores.
Os Kadiwéu são remanescentes da grande nação Guaikuru, que era nomade ate se apropriar, em 1672, da primeira tropa de cavalos trazidos por colonizadores espanhois. A partir dai tornaram-se em temiveis indios cavaleiros e chegaram a dominar toda a regiao resistindo a colonizacao durante seculos.
O processo de tatuagem era muito doloroso, a pele era furada com um espinho ate escorrer sangue, quando entao eram colocadas cinzas de folhas de palmeira ou tinta do Jenipapo sobre as feridas, antes da cicatrizacao o ferimento inchava e o tatuado sentia muitas dores ate cair a casca preta e o desenho ficar azulado, as tatuagens eram feitas entre os 14 e os 16 anos quando o jovem ja tinha idade para suportar o sofrimento e servia como ritual de passagem para a maioridade. Os desenhos eram exibidos com vaidade e prova de coragem.





America Norte

Antigos jesuitas narram terem testemunhados a pratica generalizada de tatuagem entre os nativos americanos, entre os "Chickasaw", guerreiros notaveis e que eram reconhecidos pelas suas tatuagens. Entre os "Iroquois" em que o acto de ostentar tatuagens reflectia um status elevado.



No noroeste da America, os queixos de mulheres inuit eram tatuados para indicar o estado civil e identidade grupal. A primeira loja de tatuagem permanente na cidade de Nova York estabelecida em 1846 e iniciou uma tradiçao por tatuagens em militares de ambos os lados da guerra civil.
Foi Samuel O'Reilly em 1891 patenteou a primeira maquina eletrica de tatuagem e que e utilizada ate hoje sofrendo somente algumas alteracoes.



Pouco foi escrito sobre Samuel O´Reilly, tudo que se sabe sobre esse tatuador de Nova York vem de artigos de jornais e do livro de Albert Perry: Tattoo, Secrets of a Strange Art as Practiced by the Natives of the United States (1933, sem tradução) e que descreveu O´Reilly como um imigrante irlandes que ficou conhecido como o criador da primeira patente de uma maquina de tatuar eletrica nos Estados Unidos, no ano de 1891, epoca em que O´Reilly já era um conhecido tatuador de Nova York, onde chegou por volta de 1875.
Apenas uma de suas máquinas ainda existe, e nao possui o sistema de tubos original (parte relativa a posiçao das ponteiras atuais).
Apos a entrada da patente, muitas atraçoes de circos e sideshows foram ate ele para adiçoes nas suas coleçoes, ele tatuou diversas atraçoes desses shows, tais como John Hayes, Frank & Emma deBurgh, Calavan, George Mellivan e Annie Howard, entre outros. Essas pessoas do show bussiness circense acharam a máquina eletrica de O´Reilly proporcionava um trabalho mais rapido e limpo.
Samuel O´Reilly tinha uma loja na Broadway e na Bowery em Nova York mas foi no número 11 da Chatan Square que ele fez seu nome. A famosa loja #11 Chatham Square nao era mais que um quartinho apertado atras de uma barbearia, O´Reilly ficou nesse espaço por varios anos e seu aluno, Charlie Wagner ficou lá até a sua morte, em 1953, tambem ha mençoes que dizem que O´Reilly trabalhava no verao nas ruas lotadas da famosa Stillwell Ave. em Coney Island.
Albert Parry relata que Samuel O´Reilly morreu em 1908 de uma queda quando pintava sua casa no Brooklyn, NY.


Frank & Emma deBurgh

Povos do Pacifico Sul

Polinesia

Nas Ilhas Polinesias o uso da tatuagem era e e uma questao de postura social, estas sao feitas com bastoes de madeira, na ponta destes sao fixados dentes de cao, por se tratar de um animal sagrado.



A tatuagem polinésia é uma das mais artisticas em todo o mundo antigo.
Ela se desenvolveu durante milhares de anos nas ilhas do Pacifico e em sua forma mais avançada, era caracterizada por designs geometricos muito elaborados.
Os desenhos eram normalmente incrementados, aumentados e renovados durante a vida da pessoa, ate que seu corpo ficasse completamente coberto.
Eles se sobressaíam em artes e desenhos. Tudo o que faziam era decorado: canoas, potes, armas de guerra, ferramentas e ate mesmo seus corpos eram marcados com desenhos bastante elaborados. A arte da tatuagem fazia parte da vida destas pessoas de forma natural.
Chamados de Lapitas (Lapita é o nome de uma cultura neolítica que se estendeu desde pontos da costa norte de Nova Guiné e o archipiélago Bismarck até Nova Caledonia, e as ilhas Samoa e Tonga, no oeste do Oceano Pacífico. É considerada a precursora de diversas culturas contemporâneas de parte da Oceania Próxima e posteriormente de Polinesia), por causa de um tipo de ceramica que produziam. A cerâmica Lapita é um assunto de interesse especial para a história da tatuagem, porque nos fornece a mais antiga evidencia que prova a natureza dos motivos das tatuagens polinesias.



Muitos dos potes e vasos de ceramica da cultura Lapida traziam decoraçoes neles gravados, que consistiam em elementos em forma de V, figuras geometricas interligadas e motivos estilizados, semelhantes a mascaras e criaturas do mar. Motivos similares são encontrados nas tatuagens da Polinesia e até mesmo a tecnica de gravar os desenhos em series muito proximas com pontilhados, sugere que a tecnica utilizada na decoraçao da ceramica era um tanto quanto similar a usada na tatuagem.

Diversos tipos de estatuetas, feitas em diferentes tipos de materiais e decoradas com desenhos semelhantes, foram encontradas juntamente com instrumentos utilizados para tatuar, em sítios arqueológicos dos Lapita. Estes instrumentos, dos quais alguns datam de mais de três mil anos atrás, consistem em pedaços achatados e bem delineados de osso, sendo que uma das suas extremidades possui a forma de um pente, com dentes bastante pontiagudos. Eles eram presos a um longo cabo de madeira. O artista mergulhava o instrumento em um pigmento negro, feito de fuligem e agua, e fazia a tatuagem batendo levemente no instrumento com uma pequena marreta. Esta tecnica, que jamais foi encontrada em outra parte do mundo, foi bastante comum em toda area do Pacifico e continua sendo utilizada ate hoje por artistas tradicionais em Samoa.



Embora a produçao de ceramica tenha terminado durante a epoca do nascimento de Cristo, a arte da tatuagem tornou-se mais e mais sofisticada. A tatuagem praticada nas ilhas Fiji era um tanto quanto minima, estando limitada a area pubiana das mulheres. De acordo com lendas antigas, variaçoes do que foi registrado em Fiji, Tonga e Samoa, duas embaixatrizes, introduziram a arte da tatuagem nestas ilhas.
As duas mulheres eram tatuadoras e entraram a bordo de um navio com suas ferramentas, cantando: “Tatuem as mulheres, mas nao os homens!”. Durante a viagem, elas encontraram uma variedade de infortunios, que iam desde tropeços ate ao encontro com furacoes e gigantes comedores de mariscos. Como resultado, na hora em que chegaram em Tonga, elas ficaram confusas e passaram a cantar: “Tatuem os homens, mas não as mulheres!”.
E foi aqui nestas ilhas em Tonga e Samoa que a tatuagem polinesia se desenvolveu, tornando-se uma refinada forma de arte. Os guerreiros de Tonga eram tatuados da cintura até os joelhos, com figuras geometricas dispostas em serie, que consistiam em motivos triangulares repetidos, faixas e areas negras solidas. As tatuagens eram feitas por sacerdotes, os quais se submetiam a um longo período de treinamento e seguiam a risca uma serie de rituais pre-estabelecidos, durante o processo de tatuamento. Para os habitantes de Tonga, as tatuagens possuiam profundos significados sociais e culturais.
Na antiguidade das ilhas Samoa, rituais e combates eram passatempos populares e a tatuagem era um fator importante em ambos. O tatuador possuía uma posiçao altamente privilegiada e hereditaria na sociedade das ilhas. Eles costumavam tatuar grupos de seis a oito jovens, durante uma cerimonia assistida pelos parentes e amigos, que participavam atraves de rezas especiais e celebraçoes associadas ao ritual da tatuagem.
Assim como em Tonga, a tatuagem masculina em Samoa começava na cintura, mas em Samoa ela era estendida somente ate abaixo do joelho. As mulheres também eram tatuadas nas ilhas Samoa, mas os desenhos eram limitados a uma série de delicadas flores e estrelas, de formato caracteristicamente geométrico, feitas nas partes baixas do corpo e nas mãos.



Por volta do ano 200 d.C., viajantes de Samoa e Tonga chegaram as ilhas Marquesas, ali, durante um periodo de mais de mil anos, aconteceu a evoluçao de uma das mais complexas culturas da Polinesia.
A arte e a arquitetura marquesa foram altamente desenvolvidas e os desenhos caracteristicos dali, os quais, em muitos casos, cobriam todo o corpo, estavam entre os mais elaborados de toda a Polinesia.



Oitocentos anos mais tarde, cerca de 1000 d.c., os polinesios haviam colonizado com sucesso a maioria das ilhas habitaveis a leste de Samoa. Traços culturais distintos evoluiram em cada um dos grupos de ilhas da Polinesia e no tempo em que os europeus ali chegaram, as pessoas destes varios arquipelagos possuiam sua propria lingua, mitologia e arte, incluindo estilos que emboram possam a primeira vista ser semelhantes sao unicos a nivel de tatuagem.
Descriçoes isoladas e incidentais da tatuagem na Polinesia foram encontradas nos diarios de bordo de navios europeus, que datavam do seculo 17 e início do século 18. Mas somente na ocasiao da viagem do capitao James Cook (o pai da palavra tattoo que se utiliza hoje e que Cook escreveu no seu diario como "Tattow", a partir da onomatopeia Tattau (que significa desenho no corpo), esta palavra seria o som "tatau,tatau,tatau" produzido pelos martelinhos usados durante a tatuagem), em 1769, e que a arte de tatuar foi descrita com maiores detalhes. Alias, quem tomou parte desse trabalho foi o naturalista Joseph Banks, um dos mais eruditos e estudados viajantes europeus.
Esta arte seria tambem descrita e ilustrada por alguns naturalistas que, mais tarde, no final do seculo 18 e inicio do 19, acompanharam os exploradores. Mas, no geral, a maioria dos europeus apresentou um pequeno interesse pela arte ou pela cultura da Polinesia, em muitas ilhas do Pacifico, os primeiros colonos europeus eram missionarios que se opunham a tatuagem porque a arte estava relacionada com as praticas religiosas dos nativos que eram vistas por eles como superstiçao e bruxaria.
Logo apos os missionarios vieram tambem os colonizadores, que disputaram a possessao das ilhas, saqueando todas as reservas naturais e forçando os nativos a adotar as roupas e trabalhar como escravos. Por ser considerada um habito tradicional da Polinesia, a tatuagem tornou-se um símbolo de resistencia a influência europeia, sendo considerada ilegal por muitos dos regimes coloniais.
Ironicamente, ao mesmo tempo em que a tatuagem estava desaparecendo no Pacifico, ela estava sendo cada vez mais adotada pelos ocidentais.
Antes das viagens de Cook, a tatuagem era virtuosamente desconhecida na Europa. Integrantes da tripulação de Cook foram os primeiros europeus a serem tatuados e a moda da tatuagem se espalhou rapidamente na marinha, assim que os marinheiros retornavam para casa com exoticas marcas em seus braços, como lembranças de sua viagem as terras distantes. Os marinheiros aprenderam as tecnicas com os artistas polinesios e praticaram durante a viagem de navio, aposentando-se depois para montar estudios de tatuagem nas cidades portuarias de toda a Europa.
A tatuagem e a unica forma de arte da Polinesia que foi amplamente adotada e imitada pelos ocidentais e demorou ate ao final do seculo 19 para que antropologos viajassem ao Pacifico para estudar o rapido desaparecimento da cultura polinesia e fazer algum esforço para investigar o significado da tatuagem dentro do contexto da vida nativa.
Alguns poucos artigos sobre o assunto apareceram em jornais escolares na viragem do seculo e por volta da mesma epoca, varios antropologos escreveram livros que incluiam descriçoes da tatuagem polinesia. Mas o que sabemos sobre a antiga arte de tatuar da Polinesia e somente um pequeno fragmento de todo o resto, a grande maioria dos desenhos, juntamente com a prosperidade das tradiçoes associadas, mitos e observaçoes religiosas foram perdidas para sempre. E nos sabemos somente um pouco do significado da tatuagem pela percepçao dos proprios polinesios o resto e apenas sob o ponto de vista e a maneira registrada pelos europeus.



Filipinas

A tatuagem e parte da vida tribal filipina desde antes da colonizaçao hispanica das Ilhas Filipinas. Quando os espanhois chegaram a estas ilhas, conheceram os Visayas, que tinham tatuagens no corpo inteiro, eles então as chamaram de “La Isla de los Pintados”, ou a Ilha dos pintados.
Em 1961 o pirata e explorador William Dampier, numa viagem aos mares do sul, levou para Londres um nativo com o corpo totalmente tatuado, o principe Giolo, que apos a sua apresentacao ao rei e a rainha, foi escravizado por Dampier e exibido como atraccao exotica.
A tatuagem nas filipinas e uma forma de posicionamento e comprometimento social, e algumas tribos acreditavam que a tatuagem tinha poderes magicos.
Um membro da tribo recebia uma tatuagem conhecida como Chaklag, e significava que ele havia decapitado um membro de uma tribo inimiga. Existem muitas variaçoes nos estilos de tatuagem filipinas, e dependem da regiao e tribo respectiva.
Entre as mulheres da sociedade tribal filipina a tatuagem era vista como uma forma de beleza. As mulheres da montanha Luzon tinham fechamentos de braço e peitoral, enquanto as Visayas e Mindanao tatuavam as mãos e pulsos.



Indonesia

Borneu e um dos poucos lugares no mundo onde tradicionalmente a tatuagem tribal ainda e praticada hoje como tem sido ha milhares de anos. Ate recentemente muitas das tribos tinham pouco contacto com o mundo exterior. Como resultado, preservaram muitos aspectos do seu modo de vida tradicional, incluindo a tatuagem. Os desenhos de Borneu tem contribuido ao redor do mundo para formar a base do que o povo ocidental chama de "tribal".



Nova Zelandia (Maori)

Conta a lenda que a tatuagem teve início com um romance entre um homem chamado Mataora e uma jovem princesa de um mundo mistico, chamada Niwareka.Um dia, entretanto, Mataroa bate em Niwareka e ela volta para a proteção de seu pai, Uetonga. Mataroa, se sentindo muito culpado e com o coração partido, vai atrás de Niwareka, viajando para o mundo mistico de Rarohenga para trazer de volta sua amada Niwareka. Depois de muitas dificuldades para chegar ao seu destino,Os dois voltam a se reconciliar e Mataora aprende a arte da tatuagem com Uetonga, seu sogro, que aplica uma tattoo facial de nome Moko. Ao retornar com Niwareka a terra dos homens, Mataora ensina a arte do Moko ao povo maori.



O Moko, que e a tatuagem Maori tradicional, traz uma simbologia associada e posicao que o individuo ocupa na sociedade. Todos os homens que tivessem uma posicao elevada eram tatuados, enquanto que os que nao eram marcados, eram considerados sem status social. O Moko funcionava como uma identidade, ja que tambem falava sobre a familia e sobre a tribo a que os tatuados pertenciam; ao representar a posicao social, o Moko denunciava inclusive se se tratava de uma posicao pura, herdada pelo sangue, ou se a posicao havia sido ganha atraves de suas accoes.
A marcacao do corpo comecava na puberdade, acompanhada de outros rituais. A tatuagem servia para que os guerreiros ficassem atraentes para as mulheres e marcava os importantes eventos na vida de uma pessoa, havia certas proibicoes durante o processo de tatuar. Para a tatuagem facial, por exemplo, atividades sexuais e ingestao de solidos eram proibidas. Os tatuados so podiam ingerir liquidos atraves de canudos, ate a cicatrizacao total da pele, evitando que houvesse alguma contaminacao.
A tatuagem facial completa consumia muito tempo, e um bom tatuador deveria estudar com cuidado a estrutura ossea da pessoa, antes de começar sua arte. Por esses motivos, um rosto elegantemente tatuado era uma fonte de orgulho e para os guerreiros, era como uma proteccao para vencer as batalhas.





O instrumento para tatuar era um cinzel de osso, que era mergulhado em um pigmento e em seguida era batido com um pequeno bastao. Para obter as cicatrizes e os sulcos que caracterizam o Moko, o instrumento deveria penetrar profundamente no tecido muscular, alguns cortes eram tão profundos que chegavam a atravessar a bochecha. Era um processo muito longo e extremamente dolorido, mas era uma questão de honra e orgulho os guerreiros Maori não se mexerem e manterem-se calados enquanto eram tatuados.

As mulheres não eram tão tatuadas quanto os homens. Os lábios superiores eram contornados e a tatuagem no queixo era a mais popular, sendo que a prática continuou até os anos 70.
Ler as marcas é bastante difícil. O significado de um símbolo Moko pode ser diferente entre as tribos, por isso a compreensão das marcas é complicada. Os Maoris dizem que, para se ler um Moko, é preciso olhar holisticamente, é preciso olhar além do que está lá e perceber também o que está faltando. Infelizmente, hoje em dia restam muito poucos com essa capacidade.

Por se tratar de um tipo de tatuagem muito característico, e que carrega grandes características culturais desde os primórdios dessa arte, muitos Pakeha (brancos) se interessam em ter esse tipo de marca no corpo. Os Maori não aprovam a atitude já que, como visto, se trata de uma simbologia que conta uma história sobre o tatuado, sobre sua família, sobre sua tribo e sobre seu legado na Terra. Apesar dos Maori não concordarem com essa “apropriação” de sua cultura, a partir dos anos 90, a prática do Moko ganhou mais força entre homens e mulheres, não apenas em relação aos desenhos, mas à tatuagem feita com cinzel, à moda antiga.

Hoje as tatuagens são feitas em qualquer parte do corpo e se parecem com tribais, se diferenciando por terem significados em suas formas. Hoje esses símbolos representam coisas mais genéricas, deixando o Moko como “indentidade” de lado e trazendo a tatuagem Maori como uma forma de expressar sentimentos e desejos como felicidade, amor, família, renascimento.

Um dos símbolos mais comuns nas tatuagens Maori é o Koru.

"Koru"



Ele carrega um forte simbolismo, representa a criacao, uma nova vida ou um novo comeco, crescimento, harmonia e pureza. As formas circulares do Koru nos levam a ideia do movimento perpetuo, enquanto as espirais interiores sugerem o retorno ao ponto de origem, representando o modo como a vida se altera e, ao mesmo tempo, continua igual.
A Palavra Maori significa “Normal” era a palavra utilizada para distinguir os mortais de divindades e espiritos, o povo Maori talvez tenha sido o povo mais animista de toda a Oceania. Foi Sir James G. Fraser, que realizou um dos melhores estudos na zona da Oceania, ele definiu o povo Maori da seguinte maneira: “Aqui a magia dominou a religiao e venceu-a em toda a linha. Porque o ser humano, ao sentir-se impotente perante as forças da natureza e ao nao poder aceder ao seu controle, ou pelo menos, ao nao poder prever o seu desenvolvimento, trata de improvisar um ritual que lhe de a possibilidade de recuperar parte da confiança perdida.”

Assim as tatuagens começam a se entrelacar com a historia desse povo, na optica que dentro dessa cultura os Tohunga (Tatuadores) eram vistos como sacerdotes que tinham o poder de sarar o individuo assim como os doutores prescreviam a receita para a cura dos males, no caso a cura do espirito e da alma, as tatuagens para esse povo tinha o poder de curar e de precaver do que poderia vir, de proteger, a afastar, de atrair, reverenciar, saudar e de lembrar, era o seu amuleto da sorte nas muitas batalhas de um povo genuinamente guerreiro, talvez na tatuagem e que podemos conotar a forma mais expressiva de magia utilizadas pelos Maoris e relatada pelo estudioso Sir James G. Fraser.
O animismo tem duas notas peculiares: o particularismo e o ceremonialismo. Tenta-se trabalhar a alma, o espirito particular, individual e definido, de cada um dos elementos sobre os quais se deseja atuar e, ao considerar a sua personalidade espiritual, se quer descobrir a maneira de agradar ou atemorizar o espirito em questao dai a maneira que os elementos dos desenhos empregados na tatuagem Maori actuavam. Para isso, o pretendido conhecedor dessas almas desenvolve a cerimonia que melhor lhe parece que pode vir a resultar, de acordo com a sua intençao, aqui abordamos o Tohunga ou “Tatuador”.
Neste caso, resulta claro que nao ha necessidade de mediador, de sacerdote, porque as regras se vao criando segundo aparece a necessidade correspondente. O espirito da coisa, do animal, ou do fenomeno em questao, é uma alma concreta e o praticante tambem o e; portanto, a cerimonia animista e uma conversa, um contato pessoal entre o espirito e o demandante, que se ajuda com a magia que ele conhece, que aprendeu com seus ancestrais ou que intuiu que e a mais indicada para essa alma, a melhor para essa ocasiao concreta e a receita sao formas a serem utilizadas para a cura dos seus problemas.
“O termo Animismo foi criado pelo antropologo ingles Sir Edward B. Tylor, em 1871, na obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva).
Pelo termo Animismo, Tylor designou a manifestacao religiosa imanente a todos os elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenomenos naturais (chuva, vento, dia, noite); é um princípio vital e pessoal, chamado de "anima", o qual apresenta significados variados:

• cosmocentrica significa energia

• antropocentrica significa espirito

• teocentrica significa alma

Consequentemente, todos esses elementos sao passiveis de possuirem: sentimentos, emocoes, vontades ou desejos, e ate mesmo inteligencia, ou seja, os cultos animistas alegam que: "Todas as coisas são Vivas", "Todas as coisas sao Conscientes", ou "Todas as coisas tem anima".

O Animismo possui tres simples regras:

• Tudo no cosmo tem "anima";

• Todo o "anima" e transferivel;

• Tudo ou todo que transfere "anima" nao perde a totalidade de seu "anima", mas quem ou o que recebe perde parte ou a totalidade de seu "anima", o qual sera tomado pelo "anima" doador.”



Com a popularizacao das tatuagens tribais nos anos 80, ouve um grande interesse pela tatuagem maori com seus intrincados grafismo tais como o koru, as espirais duplas ou tripas. Mas para nao desrespeitar a cultura ancestral foi utilizado um estilo de padroes chamado Kirituhi (pintura em carvao) de valor puramente estetico para a customizacao de tatuagem tribal.

domingo, 26 de setembro de 2010

Microcosmos

No ultimo post referi este filme documentario, o qual gostaria de colocar aqui.
Microcosmos (titulo original: Microcosmos-Le peuple de l'herbe), e um filme documentario Frances, distribuido pela Miramax e datado de Outubro de 1996, da autoria do casal de biologos Claude Nuridsany e Marie Pérennou e produzido por Jacques Perrin.
O filme retrata as detalhadas interacoes entre insectos e o meio ambiente que os rodeia, apoiado por uma excelente banda sonora assinada por Bruno Coulais.
Foi a Selecao oficial de Cannes 96.
Ganhou ainda nos Cesar Awards de Franca premios para a melhor cinematografia, a melhor edicao, a melhor banda sonora, a melhor producao e o melhor som, sendo nomeado ainda para o melhor filme.

Microcosmos, um milagre de vida que se repete constantemente frente aos nossos olhos, nos quintais, jardins, bosques e prados e que so alguns se dao ao luxo de observar com atencao, respeito e carinho.



Microcosmos (filme Integral)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Musicas do Mundo - Rokia Traore

Rokia Traore - Kele Mandi


Em visita ao blog arrepiodaalma, entrei em contacto com este video e esta cantora -Rokia Traoré- o qual me chamou a atencao, sao 4 minutos extremamente bem perdidos a apreciar a beleza tanto da musica como das imagens em si (ja agora as imagens fazem parte de um documentario frances de nome Microcosmos de 1996).
Rokia Traoré nasceu em 1974 no Mali. E uma excelente cantora e compositora, dotada de uma voz sublime e marcante, membro do grupo étnico Bambara, tem viajado por diversos países, tendo conhecimento com vários estilos musicais. Esteve em Portugal no festival de Musicas do Mundo em Sines.
Aclamada pela crítica mundial, tem um belíssimo trabalho que vale a pena seguir com atencao.


Rokia Traore - Kele Mandi




Com Youssou N´Dour

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

"Chicken Ala Carte" de Ferdinand Dimadura

Em Fevereiro de 2006, no 56 no Festival Internacional de Filmes de Berlin, realizadores de todo o mundo foram convidados a criarem um 'short movie' para um concurso sobre o tema: "food, taste and hunger".
'Chicken Ala Carte' o short movie de 6 minutos do Filipino Ferdinand Dimadura, foi julgado como o mais popular curto da competiçao.
Cada vez mais os 'shorts movies' ganham um espaço, de incrivel poder na informaçao e alerta do que se passa a nivel das condiçoes economicas e socio-culturais deploraveis que se vivem neste momento em muitas partes do globo, devido a ganancia insana de uma globalizaçao somente com intuitos economicos e destrutivos.

Chicken a la Carte, e basicamente um short de cerca 6 minutos, que nos faz refletir quanto aos valores de cada um associado ao meio em que vivemos,trata sobre a fome e a pobreza ocasionado pela Globalizaçao.
Cerca de 24.000 pessoas morrem diariamente devido a fome, ou a causas relacionadas com a ela.
Este pequeno filme-documentario mostra uma parte esquecida da sociedade, pessoas que sobrevivem das migalhas dos outros.

Visualizaçao do concurso
http://www.cultureunplugged.com/play/1081/Chicken-a-la-Carte

Visualizaçao Youtube

O Natal dos Banqueiros por Jose Niza



Este foi um mail que recebi e o qual achei bastante interessante, como tal repasso-o aqui da mesma forma como o recebi, esta bem que o titulo ja e um pouco natalicio para a epoca que sera mais carnavalesca, mas como o natal e quando um homem quiser...

Assunto: O Natal dos banqueiros

Por: José Niza - In ''O Ribatejo''

1. Depois do que aqui escrevi na semana passada sobre “o dinheiro”, não esperava tão depressa voltar ao assunto: preferia que, em tempo de Natal, a caneta me conduzisse para outras paragens, e me levasse por caminhos que fossem de procura, ou de descoberta, de uma réstia de esperança, de uma festa numa praça de amor, de paz e de canções.
Mas não. O homem põe. E a banca dispõe.
2. Um relatório há poucos dias divulgado pela CMVM – a Bolsa – deu-me um murro no estômago. Não é que eu tenha andado distraído da ganância e dos festins da nossa alta finança. Mas tudo tem que ter limites: os números revelados nesse relatório sobre os salários dos administradores dos bancos e das empresas mais importantes do País, para além de aterradores, são um insulto ao povo português e, em especial, aos mais de 500 mil trabalhadores que estão no desemprego.
3. O salário mínimo em Portugal é de 450 euros por mês. 90 contos por mês. 3 contos por dia. Muito pouco para pagar a renda da casa, a comida, as roupas, os sapatos, a água, a luz, os transportes, talvez o telemóvel…
Há um ano, o governo, as confederações patronais e os sindicatos, assinaram um acordo para, em 2010, aumentar o salário mínimo de 450 para 475 euros. Menos de 1 euro por dia! Mas agora, as tais confederações patronais – que assistem mudas e quedas ao escândalo dos vencimentos dos gestores – vêm ameaçar que se o salário mínimo subir para 475 euros será um desastre nacional. E, em contrapartida, propõem 460 euros! Isto é, uma subida de 33 cêntimos por dia!
4. O relatório da CMVM revela que o salário anual médio dos administradores da banca e empresas cotadas na bolsa foi, em 2008, de 777 mil euros, isto é, de 64.750 euros por mês (cerca de 13 mil contos mensais ou 426 contos/dia).
64.750 euros por mês equivalem a 136 salários mínimos. Isto é, para atingir o valor do ordenado mensal de um desses gestores, um trabalhador que receba o ordenado mínimo terá de trabalhar mais de 11 anos!!!
5. Mas ainda não é tudo. Há mais, bastante mais.
2008 – como todos nós sabemos – foi um ano de crise, de falências, de desemprego galopante, de apertar o cinto. Mas, enquanto a esmagadora maioria dos Portugueses fazia contas à vida, cortava nos gastos, fazia sacrifícios ou – nos casos mais dramáticos – passava fome, os senhores do dinheiro tiveram, em média, aumentos de 13 %.
13% sobre 777 mil euros são cerca de 100 mil euros, qualquer coisa como 20 mil contos por ano e para cada um. Só de aumentos!
2009 – um ano que agora se vai embora sem deixar saudades – foi também um ano de enorme crise na indústria automóvel. Mas nem tudo foram desgraças: no Vale do Ave, território dos têxteis e do mais alto desemprego do País, nunca se venderam tantos Porches. Quanto mais desempregados na rua, mais Porches na estrada!
Como se tudo isto ainda não bastasse, os próprios ex-administradores da banca – como é o caso do BCP – têm regalias e mordomias que ultrapassam todos os limites do imaginável: jactos privados para viajarem, seguranças, automóveis de luxo, motoristas, etc. Foi-me contado um caso em que a excelsa esposa de um banqueiro se deslocava regularmente a Nova Iorque – em Falcon privado pago pelo BCP – para ir ao dentista e fazer compras! E que o seu excelso marido (ex-presidente do BCP e membro da Opus Dei) dispunha de um batalhão de seguranças 24 horas por dia, também pagos pelo banco.
Será que uma pessoa com a consciência tranquila precisa da protecção de 40 seguranças? Nem Sadam Hussein tinha tantos…



6. Mas, afinal de contas, quem paga tudo isto?
Para além dos pequenos accionistas, é óbvio que são os clientes dos bancos, essa espécie sub-humana que a banca submete à escravatura e trata a chicote, essa legião de explorados que ainda olha para os bancos – e sobretudo para os banqueiros – com o temor reverencial de quem vê um santo como Jardim Gonçalves em cima de uma azinheira.
Quando um banco remunera um depósito a prazo com 1% de juros e cobra 33% nos cartões de crédito, é-lhe fácil conseguir dinheiro para cobrir todos os excessos e bacanais financeiros do sistema bancário. Quando um banco paga metade dos impostos de qualquer empresa em situação difícil, o dinheiro jorra, enche os cofres dos bancos e os bolsos dos banqueiros.
É nisto que estamos. Até quando?
Será que a um sistema que assim existe e que assim funciona – encostado ao Poder e protegido pela Lei – se pode chamar Democracia?
PS – E que ninguém, de má consciência, tenha a desvergonha de me vir dizer que isto é demagogia!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Pablo Neruda


Pablo Neruda, sempre foi um dos meus poetas de eleiçao desde miudo.
Muito ha a dizer sobre este grande e excelente poeta Chileno, mas vou deixar que os poemas dele falem por mim.



Para que tú me oigas


Para que tú me oigas
mis palabras
se adelgazan a veces
como las huellas de las gaviotas en las playas.
Collar, cascabel ebrio
para tus manos suaves como las uvas.
Y las miro lejanas mis palabras.
Más que mías son tuyas.
Van trepando en mi viejo dolor como las yedras.
Ellas trepan así por las paredes húmedas.
Eres tú la culpable de este juego sangriento.
Ellas están huyendo de mi guarida oscura.
Todo lo llenas tú, todo lo llenas.
Antes que tú poblaron la soledad que ocupas,
y están acostumbradas más que tú a mi tristeza.
Ahora quiero que digan lo que quiero decirte
para que tú las oigas como quiero que me oigas.
El viento de la angustia aún las suele arrastrar.
Huracanes de sueños aún a veces las tumban
Escuchas otras voces en mi voz dolorida.
Llanto de viejas bocas, sangre de viejas súplicas.
Ámame, compañera. No me abandones. Sígueme.
Sígueme, compañera, en esa ola de angustia.
Pero se van tiñendo con tu amor mis palabras.
Todo lo ocupas tú, todo lo ocupas.
Voy haciendo de todas un collar infinito
para tus blancas manos, suaves como las uvas.

A Dança

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
Ou flecha de cravos que propagam fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
Secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e
Leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.
E graças a teu amor, vive oculto em meu
Corpo o apertado aroma que ascende da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde.
Te amo diretamente sem problemas nem orgulho;
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Senão assim, deste modo, em que não sou nem és.
Tão perto de tua mão sobre meu peito é minha,
Tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Ebrio de trementina

Ebrio de trementina y largos besos,
estival, el velero de las rosas dirijo,
torcido hacia la muerte del delgado día,
cimentado en el solido frenesí marino.
Pálido y amarrado a mi agua devorante
cruzo en el agrio olor del clima descubierto.
aún vestido de gris y sonidos amargos,
y una cimera triste de abandonada espuma.
Voy, duro de pasiones, montado en mi ola única,
lunar, solar, ardiente y frío, repentino,
dormido en la garganta de las afortunadas
islas blancas y dulces como caderas frescas.
Tiembla en la noche húmeda mi vestido de besos
locamente cargado de eléctricas gestiones,
de modo heroico dividido en sueños
y embriagadoras rosas practicándose en mí.
Aguas arriba, en medio de las olas externas,
tu paralelo cuerpo se sujeta en mis brazos
como un pez infinitamente pegado a mi alma
rápido y lento en la energía subceleste.



Me gustas cuando callas

Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.
Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía;
Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.
Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.
Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Como roubar criancinhas



Sempre tentei pautar a minha existençia por certos valores que considero essenciais ao ser humano para viver em comunhao com os outros seres humanos, tais como a liberdade individual e o respeito pelas escolhas individuais sejam elas de cariz religioso, sexual, politico, ou qualquer outro, sem julgamentos de caracteres morais, mas existem coisas que eu como ser humano nao posso deixar de referir ou de ter uma ideia critica acerca desses assuntos, este e um deles.

'Entrego junto com esta pequena quantia toda a minha vida e tambem a minha familia.'
Nao seria so preocupante a extrema ganancia e o facto de certas ditas "igrejas" estarem a explorar desavergonhadamente o facto das pessoas andarem cada dia mais fragilizadas e necessitadas de apoio, carinho, atençao, como chegam ao absurdo de usarem metodos subliminares para atrair e escravizar ainda mais essas pessoas a cultos que nao sao mais do que fabricas de fazerem dinheiros e que tem por detras muitas das vezes organizaçoes que nao serao das mais limpidas e translucidas.
Como se nao bastasse isso, chegou-se ao cumulo de extorquir literalmente dinheiro a crianças levadas para esses cultos por pais que tambem eles estao a ser usados muitas vezes inocentemente.

'Entrego junto com esta pequena quantia toda a minha vida e tambem a minha familia.'
Esta frase deixa-me siderado pelo facto que estao a exigir a ciranças, nao so a entrega de dinheiro, como a entrega de toda a sua vida e existencia incluindo a da sua familia.
Isto e de facto muito poderoso e preocupante.
Poderia-se falar um pouco mais sobre o cartao, o desenho e a mensagem que pode estar subentendida, mas penso que seria entrar por caminhos que nem todos nos estamos habilitados a compreender, por isso deixo a cada um o seu entendimento sobre este post.

Musicas de Sempre - My Sweet Lord (George Harrison)


Jeorge Harrison juntamente com John Lennon foram os verdadeiros musicos por detras dos Beatles.
'My Sweet Lord' e uma cancao do triplo album de George Harrison "All Things Must Pass", foi escrita em Dezembro de 1969 e e considerada uma das melhores 500 musicas de todos os tempos pela Rolling Stone Magazine.
A musica foi escrita em Dezembro de 69 em Copenhaga na Dinamarca e era primeiramente sobre o deus hindu Krishna.
O mantra sobre o qual esta musica foi baseada 'Hare Krishna/Hare Krishna/Krishna Krishna/Hare Hare/Hare Rama/Hare Rama' e o principal mantra dos devotos na fe de Gaudiya Vaisnavite e foi popularizada no mundo Ocidental pela Sociedade Internacional para a consciencia de Krishna (ISKCON), mais conhecidos por 'Hare Krishnas', Jeorge Harrison era um devoto desta religiao.

O mantra e "Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna, Krishna, Hare, Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama, Rama, Hare, Hare."

Gurur Brahmā, gurur Viṣhṇur, gurur devo Maheśvaraḥ
gurus sākṣāt paraṃ Brahma, tasmai śrī gurave namaḥ

Esta prece e o primeiro verso de um hino de quatorze versos dedicados ao professor espiritual e e cantada por devotos hindus para iniciar qualquer acçao, depois dos canticos a Ganesha and Sarasvati, a prece e dedicada ao lider espiritual que e igualizado a trinidade hindu Brahma, Vishnu, and Shiva (Maheshvara) e o Supremo Espirito Cosmico ou Realidade Absoluta (Brahman). A musica e traduzida como:
O professor e Brahmā, o professor e Viṣhṇu, o professor e Maheśvara, verdadeiramente o senhor e o supremo Brahman, a este respeito o ensinamento nos foi transmitido.

'My sweet Lord' e a forma de transmitir a audiencia a praticar os cantigos aos sagrados nomes do Senhor, onde em background alem de dois cantores Vaisnava Hindu entoam o mantra 'Hare Krishna/Hare Krishna/Krishna Krishna/Hare Hare/Hare Rama/Hare Rama', outros cantores repetem a Judaico-Crista palavra de prece "Hallelujah".


My Sweet Lord -George Harrison

My sweet lord
Hm, my lord
Hm, my lord

I really want to see you
Really want to be with you
Really want to see you lord
But it takes so long, my lord

My sweet lord
Hm, my lord
Hm, my lord

I really want to know you
Really want to go with you
Really want to show you lord
That it wont take long, my lord (hallelujah)

My sweet lord (hallelujah)
Hm, my lord (hallelujah)
My sweet lord (hallelujah)

I really want to see you
Really want to see you
Really want to see you, lord
Really want to see you, lord
But it takes so long, my lord (hallelujah)

My sweet lord (hallelujah)
Hm, my lord (hallelujah)
My, my, my lord (hallelujah)

I really want to know you (hallelujah)
Really want to go with you (hallelujah)
Really want to show you lord (aaah)
That it wont take long, my lord (hallelujah)

Hmm (hallelujah)
My sweet lord (hallelujah)
My, my, lord (hallelujah)

Hm, my lord (hare krishna)
My, my, my lord (hare krishna)
Oh hm, my sweet lord (krishna, krishna)
Oh-uuh-uh (hare hare)

Now, I really want to see you (hare rama)
Really want to be with you (hare rama)
Really want to see you lord (aaah)
But it takes so long, my lord (hallelujah)

Hm, my lord (hallelujah)
My, my, my lord (hare krishna)
My sweet lord (hare krishna)
My sweet lord (krishna krishna)
My lord (hare hare)
Hm, hm (gurur brahma)
Hm, hm (gurur vishnu)
Hm, hm (gurur devo)
Hm, hm (maheshwara)
My sweet lord (gurur sakshaat)
My sweet lord (parabrahma)
My, my, my lord (tasmayi shree)
My, my, my, my lord (guruve namah)
My sweet lord (hare rama)

[fade:]

(hare krishna)
My sweet lord (hare krishna)
My sweet lord (krishna krishna)
My lord (hare hare)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Estados Unidos da Europa - O novo Presidente de todos nos e o que teremos de pagar para isso.



Noticia do Correio da Manha de:
21 Novembro 2009 - 00h30

Bruxelas: Ordenado superior ao de Barack Obama
Presidente da UE custará milhões
Um dia após a nomeação de Herman van Rompuy para a presidência da União Europeia ter suscitado uma maré de críticas à falta de carisma e de experiência do primeiro-ministro belga, o descontentamento cresceu depois de alguns jornais divulgaram o vencimento milionário que receberá no cargo: nada mais nada menos do que 395 mil euros anuais, valor superior, segundo o ‘Daily Express’, ao auferido por Barack Obama.


“É um peso intolerável na bolsa dos contribuintes para pagar a um burocrata não eleito”, considerou o eurocéptico britânico Nigel Farage, líder do Partido da Independência (UKIP).

Acresce que o presidente europeu terá 22 colaboradores e será escoltado por dez seguranças. Ou seja, o seu cargo custará por ano seis milhões de euros aos contribuintes.

Além de Rompuy, a escolha da britânica Cathy Ashton para liderar a diplomacia europeia reforçou o desconforto com as nomeações para os mais altos cargos da UE. É que Ashton, além de ser uma desconhecida no seu próprio país, tem limitada experiência diplomática, adquirida desde que em Outubro de 2008 se tornou comissária europeia do Reino Unido, rendendo Peter Mandelson.

O facto de os cidadãos não terem uma palavra a dizer sobre os seus líderes é um exemplo dos caminhos perigosamente antidemocráticos que a UE está a seguir, alertam os críticos. “Isto faz lembrar a forma como eram escolhidos os líderes na China comunista ou na antiga Jugoslávia”, lembrou Douglas Carswell, deputado conservador do Reino Unido.

Para os mais pessimistas, os novos rostos da UE provam ainda outra coisa: a falta de ambição europeia. Esse facto tinha já sido sublinhado aquando da recondução de Durão Barroso, e é justamente este quem agora tem mais razões para estar satisfeito, refere o ‘The Times’. Para este jornal, o “maçador” Rompuy e a descolorida Ashton são figuras ideais, do ponto de vista de Barroso, pois são incapazes de lhe fazer sombra.

CUSTOS DO CARGO

SALÁRIO BASE MENSAL

21 875 €

como primeiro-ministro belga auferia 11 040

SALÁRIO ANUAL

395 000 €

bem acima dos cerca de 270 000 de Barack Obama

SUBSÍDIOS

900 000 €

para despesas de representação, 27 000 para despesas pessoais e 64 000 para viagens. Contará ainda com 22 colaboradores.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Somos todos um


Acho que neste ano que entra e bom referenciar mais uma vez a harmonia que deveria existir entre todos os povos, entre todas as familias, entre todas as pessoas, porque embora sejamos unicos Universalmente, estamos todos interligados, somos todos um.
E bom nunca nos esquecermos disso, so assim poderemos alguma vez construir um futuro melhor, para nos, para os nossos filhos e para os filhos dos nossos filhos, nao so em 2010 que se inicia hoje, como em todos os anos das nossas vidas.

Entrevista com Robert Happé

Somos todos Um (parte 1)



Somos todos Um (parte 2)



Somos todos Um (parte 3)



Somos todos Um (parte 4)

Musicas do Mundo - Riverdance



Riverdance e um espectaculo de sapateado Irlandes, a producao de Riverdance foi primeiramente elaborada para um intervalo de 7 minutos, no Festival da Eurovisao de 1994 na Irlanda, por Bill Whelan, a 1 de Abril de 1994. Bill Whelan foi convidado por Moya Doherty para escrever uma peca musical que envolvesse a danca e a cultura tradicional Irlandesa, Whelan que ja trabalhara com Anuna noutros trabalhos, reconheceu os percussionistas do The Spirit of Mayo, no National Concert Hall, em Dublin. Foi neste espectaculo que se estreou a dupla Michael Flatley e Jean Butler, com a participacao de uma orquestra sinfonica de 85 pecas, entre outros artistas e grupos corais de renome. Assim, Riverdance pode ser encarado como a continuacao e fusao de varias ideias e projectos ao longo do tempo.

A concepção deste espectáculo foi entao iniciada em Outubro de 1994. Poucos meses antes e poucos meses depois se conseguiam reunir Whelan e Moya com Michael Flatley, Maria Pages, e Nikola Parov. Em tres meses apenas seriam compostas as músicas e a coreografia.
A combinação de musica tradicional e moderna, com coros e dança irlandesa resultou perfeita, apaixonando o público imediatamente pela cultura do país.
A resposta a estes 7 minutos no Festival da Cancao mostrou-se tao positiva que Bill Whelan projectou a repeticao para um espectaculo isolado, de maior duracao, incorporando musica e danca de outras culturas, estabelecendo assim a analogia com a emigracao irlandesa do seculo XIX.
A inauguracao teve entao a duração de duas horas, no Dublin's Point Theatre, na Irlanda, em Fevereiro de 1995, produzido desta vez por Moya Doherty e dirigido por John McColgan. Esta versao esgotou as bilheteiras durante cinco semanas. A coreografia, que agora incluia flamengo (Maria Pages) e a Companhia de Danca Moiseyev de Moscou, bem como uma equipa de dançarinos irlandeses de hardshoe dirigido por Michael Flatley e Butler, deixou as audiencias estupefactas.

Fire Dance


Riverdance

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

COP-15 - O Jogo do empurra

"foto: poluicao numa cidade chinesa"








China rebate acusações de que "sequestrou" conferência do clima
da BBC Brasil

A porta-voz do governo da China, Jiang Yu, rebateu a acusação feita pelo ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, Ed Miliband, de que o país teria "sequestrado" as negociações na conferência climática das partes, a COP-15, realizada em Copenhague, e que seria responsável pelo fracasso do encontro.

Jiang Yu não chegou a mencionar o nome de Miliband, mas disse que "certos políticos britânicos tinham intenções óbvias" de se esquivar das próprias obrigações e fomentar conflito entre os países em desenvolvimento, informou a agência estatal Xinhua.

O encontro, que durou duas semanas na capital dinamarquesa, foi concluído sem a adoção de um acordo que imponha limites para a emissão de gases causadores do efeito estufa.

Um documento assinado pelos Estados Unidos, China, Brasil, Índia e África do Sul foi o único resultado do encontro.

O documento, porém, não estabelece limites à poluição e indica apenas que os países concordam que a temperatura do planeta não pode subir mais de 2ºC.

As 192 nações participantes do encontro "registraram" o acordo em meio a muitos protestos por parte de países em risco, como o arquipélago de Tuvalu.

Obrigações

"Nós pedimos a eles que corrijam seus erros, cumpram com suas obrigações para com os países em desenvolvimento de forma séria e mantenham-se afastados de atividades que prejudiquem a cooperação da comunidade internacional no combate ao aquecimento global", disse Jiang em mensagem dirigida à Grã-Bretanha.

Miliband criticou a China em um artigo publicado no domingo no site do jornal britânico "The Guardian". De acordo com o ministro, um acordo entre todos os países membros das Nações Unidas não foi possível porque havia o interesse de alguns em "engavetar" o documento.

O ministro inglês acusou os chineses de vetar duas propostas de corte nas emissões de gases causadores do efeito estufa, "apesar do apoio de uma coalizão de países desenvolvidos e da vasta maioria de países em desenvolvimento".

Durante as negociações, China e países ricos estiveram em lados opostos.

A China, juntamente com outros emergentes, insiste que os países ricos devem investir mais e se comprometer com cortes mais ambiciosos das emissões de CO2 porque entraram no processo de industrialização mais cedo e, portanto, são responsáveis por uma parcela maior da poluição causadora do problema.

Os países ricos, por outro lado, reclamam que a China é atualmente a maior poluidora do mundo e que a adoção de um estilo de vida à moda ocidental não é sustentável para uma população de 1,3 bilhão de pessoas.




Além disso, durante as negociações em Copenhague, os países ricos pediram garantias de que poderiam fiscalizar e controlar os dados sobre ambiente registrados pelo países pobres, uma condição que a China vetou, argumentando temer violação de sua soberania.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Musicas de Sempre - You Can't Always Get What You Want

The Rolling Stones - You Can't Always Get What You Want

Eis um grupo que despensa quaisquer tipos de apresentacao, nao ha nada a dizer que ja nao tenha sido dito.



You Can't Always Get What You Want

[chorus]
I saw her today at a reception
A glass of wine in her hand
I knew she would meet her connection
At her feet was her footloose man

No, you can't always get what you want
You can't always get what you want
You can't always get what you want
And if you try sometime you find
You get what you need

I saw her today at the reception
A glass of wine in her hand
I knew she was gonna meet her connection
At her feet was her footloose man

You can't always get what you want
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometimes you might find
You get what you need

Oh yeah, hey hey hey, oh...

And I went down to the demonstration
To get my fair share of abuse
Singing, "We're gonna vent our frustration
If we don't we're gonna blow a 50-amp fuse"
Sing it to me now...

You can't always get what you want
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometimes well you just might find
You get what you need
Oh baby, yeah, yeah!

I went down to the Chelsea drugstore
To get your prescription filled
I was standing in line with Mr. Jimmy
And man, did he look pretty ill
We decided that we would have a soda
My favorite flavor, cherry red
I sung my song to Mr. Jimmy
Yeah, and he said one word to me, and that was "dead"
I said to him

You can't always get what you want, no!
You can't always get what you want (tell ya baby)
You can't always get what you want (no)
But if you try sometimes you just might find
You get what you need
Oh yes! Woo!

You get what you need--yeah, oh baby!
Oh yeah!

I saw her today at the reception
In her glass was a bleeding man
She was practiced at the art of deception
Well I could tell by her blood-stained hands

You can't always get what you want
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometimes you just might find
You just might find
You get what you need

You can't always get what you want (no, no baby)
You can't always get what you want
You can't always get what you want
But if you try sometimes you just might find
You just might find
You get what you need, ah yes...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mares em subida até dois metros


Jornal de Noticias online de 25 Novembro de 2009

Cenários para 2100 dão temperaturas de mais sete graus
00h30m
EDUARDA FERREIRA, * COM AGÊNCIAS
As perspectivas de aquecimento do planeta e subida do nível dos oceanos são mais catastróficas do que têm indicado os relatórios do grupo de peritos de todo o Mundo que têm colaborado com a ONU, avisam agora climatologistas alemães.

A menos de duas semanas do começo dos trabalhos da Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, multiplica-se a divulgação de estudos apontando para a necessidade de os decisores políticos adoptarem em Copenhaga compromissos para o decréscimo de emissões causadoras do efeito de estufa. Ontem, cientistas do Instituto de Potsdam, Alemanha deram conta de uma visão pessimista quanto ao futuro do planeta, caso os maiores poluidores adoptem medidas tímidas.

Os climatologistas de Potsdam garantem que o aquecimento global está a ser e será mais intenso do que o previsto nas previsões feitas no quarto relatório do grupo intergovernamental (GIEC), em 2007. Afirmam eles quer o aquecimento poderá atingir, no final do século, os sete graus, por comparação com a época pré-industrial. "Cada ano que passa aumentam as hipóteses de o aquecimento ultrapassar os 2ºC", avisam os investigadores. Se as emissões dos gases de efeitos de estufa não diminuírem drasticamente, o degelo das calotes polares levará ao aumento do nível dos oceanos de um a dois metros até ao final do século, estimam eles. As emissões de CO2 aumentaram 40% entre 1990 e 2008 e esse facto tornará mais difícil deter nos 2º C o aumento da temperatura, avisam também.

Em sintonia com esta visão, a Rede Internacional de Acção Climática, composta por mais de 500 organizações e de que faz parte a Quercus, advoga uma redução das emissões superior a 40% até 2020 tendo como referência os valores de 1990. Isto por parte dos países industrializados que deverão encontrar em Copenhaga um compromisso para que o pico das emissões se situe entre 2013 e 2017 e as concentrações de dióxido de carbono não excedam as 350 partículas por milhão. Além disto, a Rede de Acção Climática defende que os países em desenvolvimento recebam ajudas para limitar as emissões e para reduzir a zero as emissões com origem na desflorestação e degradação florestal. O financiamento dos países desenvolvidos aos que têm economias mais débeis deve cifrar-se em 195 mil milhões de dólares até 2020, contabilizou já a mesma organização ambientalista internacional.

As posições defendidas para Copenhaga pela Quercus referem a necessidade de uma redução das emissões em 80% até 2050 depois de 2020. De outra forma, defende esta organização, será impossível conter o aquecimento global abaixo dos 2º C.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

COMO EXPORTAR FELICIDADE






O FIB (FELICIDADE INTERNA BRUTA) É MAIS IMPORTANTE QUE O PIB

COMO EXPORTAR FELICIDADE

Texto e fotos: Haroldo Castro

Um pequeno reino no Himalaia ensina
ao mundo como ser feliz

"A Felicidade Interna Bruta é mais importante do que o PIB. Em nosso processo de desenvolvimento, a felicidade precede a prosperidade econômica." Jigme Singye, rei do Butão, em entrevista ao Financial Times
Uma nação encravada na Cordilheira do Himalaia está revolucionando alguns conceitos básicos da vida humana. Ao criar um novo índice para medir a qualidade de vida de seus habitantes, o Butão oferece uma receita inovadora para nosso mun­do de hoje, demasiadamente ancora­do em aspectos materiais.

Tudo começou com Jigme Singye Wangchuck, que substituiu seu pai como o rei do Butão, em 1972. Ele ti­nha apenas 17 anos de idade. Sua co­roação, dois anos mais tarde, marcou o fim do isolamento do pequeno pais (menor que o Estado do Rio de Janei­ro), escondido nas montanhas. De fato, até então, nenhum es­trangeiro tinha autori­zação para entrar no reino, a não ser quan­do convidado pela fa­mília real. A partir de 1974, o paraíso proi­bido começou a abrir as portas ao mundo.

Nos 34 anos de rei­nado, o desafio do rei Jigme Singye Wang­chuck foi o de equili­brar o desenvolvimen­to econômico com os valores culturais e espirituais da nação. Em 1987, respondendo a um repórter do jornal britânico Financial Times sobre a razão de o desenvolvimento no Butão caminhar a passos tão lentos, o rei teria respondido que "a Felicidade
Interna Bruta é mais importante do que o Produto Interno Bruto". E teria arrematado: "Em nosso processo de desenvolvimento, a felicidade precede a prosperidade econômica."

0 conceito de o bem-estar do indivíduo não estar obrigatoriamente relacionado com bens materiais passou a percorrer o mundo e chamou a atenção de estudiosos. Afinal, o índice Produto Interno Bruto (PIB), usado por todas as nações do planeta, sempre foi considerado limitado. 0 PIB é apenas uma fórmula que determina a quantidade total da produção e do consumo de serviços e bens por meio de transações econômicas. Pouco importa se a riqueza foi originada de guerras, prostituição e devastação da natureza ou é o resultado de um trabalho honesto e uma atividade sustentável.

Se algum bem é conservado e não é consumido, essa operação não é registrada no PIB, pois esta não gera um valor específico. Por exemplo, uma floresta mantida in­tacta não entra no cálculo do índice, enquanto o conserto de um veículo aci­dentado (que pode até ter provocado vítimas fatais) é contabilizado. O PIB não consegue medir o trabalho volun­tário e chega a ampliar a discrimina­ção contra as atividades não-remune­radas, cujas motivações estejam acima do ganho financeiro.

"As medidas do PIB não medem a degradação do meio ambiente, o esgotamento dos recursos naturais nem o agudo declínio na qualidade de vida dos cidadãos. Acho que, em todos os espectros políticos, existe o reconhe­cimento dessas deficiências e a con­vicção que é importante desenvolver medidas mais adequadas", afirma jo­seph Stiglitz, economista reconhecido com o Prêmio Nobel 2001 de Econo­mia. Stiglitz foi convidado pelo presi­dente francês, Nicolas Sarkozy, para desenvolver um novo sistema de cál­culo econômico que possa incluir fa­tores de qualidade de vida.

As palavras de um rei (adorado por seus súditos) sobre a importância da felicidade foram levadas a sério pelos butaneses. Era preciso colocar em prá­tica o desejo real e o índice Felicida­de Interna Bruta (FIB) devia ser sis­tematizado. Em 1998, o conselho de ministros estabeleceu o Centro de Es­tudos do Butão, o qual passou a orga­nizar as informações sobre a FIB. O conceito também foi incluído nos Pla­nos Qüinqüenais e foi definido que a FIB deveria se apoiar em quatro pila­res: desenvolvimento socioeconômico sustentável e eqüitativo, conservação ambiental, promoção do patrimônio cultural e boa governança.

Enquanto isso, ao redor do mundo, um número crescente de economis­tas, cientistas sociais e empresários buscava outras medidas e indicadores que levassem em consideração não apenas o fluxo de dinheiro (como no caso do PIB), mas também a saúde, a cultura, o tempo livre dos indivíduos, a conservação da natureza e outros fatores não-econômicos.

Vários índices começaram a apare­cer na década de 90. O primeiro pas­so foi dado com o estabelecimento do índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Utilizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimen­to (PNUD), o IDH, além de incluir a renda per capita de um país, dá desta­que à expectativa de vida dos habitan­tes, ao grau de alfabetização e às rea­lizações educacionais.

Já o Indicador de Progresso Genuí­no (IPG) introduz em seus cálculos os fatores negativos criados pela socie­dade, os quais não são contabilizados pelo PIB. Por exemplo, a implantação de uma fábrica representa — indiscuti­velmente — um aumento no PIB de uma região. Mas se os benefícios tra­zidos pela nova empresa também vie­rem acompanhados por uma degrada­ção da saúde, da cultura e do bem-estar da comunidade, o resultado fi­nal pode ser zerado, anulando os be­nefícios econômicos trazidos. Segun­do os seguidores do IPG, existem vá­rios custos não-econômicos que de­vem ser incluídos, como o de uso dos recursos naturais, de perda dos ecos-sistemas, de poluição (sonora, do ar e da água), de criminalidade e, até mes­mo, de dissolução de famílias.

Outra tentativa de medir o bem-es­tar da sociedade, ainda menos ortodoxa, é o índice do Planeta Feliz (IPF), criado pela Fundação New Economics, um think-tank (usina de idéias) britâ­nico. Um dos componentes mais im­portantes do IPF é a eficiência ecoló­gica de uma nação e de seus indiví­duos. A idéia não é identificar o país "mais feliz" do planeta, mas sublinhar que é possível atingir altos índices de bem-estar e viver plenamente sem con­sumir excessivamente ou desgastar os recursos naturais.

Medir valores subjetivos, como a fe­licidade, é uma tarefa complicada, pois cada pessoa a compreende de forma distinta. Para alguns cientistas, a men­te funciona apenas como um aparelho que responde a estímulos externos. A felicidade, nesse caso, é percebida como uma conseqüência direta dos prazeres sensoriais registrados pela mente. Como estes são passageiros, a ênfase na busca de estímulos mate­riais é cada vez maior.
Já a filosofia budista aponta para ou­tra fonte de felicidade, aquela que tem origem em estímulos internos. E o es­tado em que o indivíduo vivencia o "ser", ao contrário de reagir apenas aos estímulos externos. A ciência compor­tamental comprovou que, de fato, a mente pode ser treinada por meio de práticas específicas (como a meditação) para promover estados duradouros de serenidade e contentamento. Quando a felicidade é compreendida dessa ma­neira, a busca desenfreada pelas sen­sações externas e o conseqüente con­sumo insustentável dos recursos natu­rais podem ser reduzidos consideravel­mente, promovendo uma economia mais saudável.



Segundo Karma Ura, presidente do Centro de Estudos do Butão, uma auto­ridade na pesquisa da FIB em seu país, a felicidade deve ser "um bem público, já que todos os seres humanos alme­jam alcançá-la". Ele acrescenta que "a busca da felicidade não pode ser deixada exclusivamente a cargo de esforços privados. Se o planejamento do governo e as condições macroeconômicas da nação forem adversos à felicidade, esse planejamento fracassará como meta co­letiva. Os governos precisam criar con­dições que conduzam à felicidade".

O primeiro-ministro do Butão, Jigmi Thinley, em discurso na Assembléia Ge­ral da ONU em setembro, explicou por que seu país instituiu a FIB. “É respon­sabilidade do Estado criar um ambiente que permita aos cidadãos buscar a feli­cidade." Ele considera que o ser huma­no deve ser visto de uma forma holísti­ca. "O bem-estar material é apenas um componente e este não assegura que os cidadãos estejam em paz com o am­biente e em harmonia entre eles."

Contando com o apoio incondicio­nal do monarca, a FIB passou a ser um elemento estratégico da política de planejamento do Butão e criou-se uma coleção de novos indicadores socioam­bientais. Um questionário com 1.300 perguntas foi elaborado e uma amos­tra da população respondeu ao teste. A pesquisa incluía as mais variadas perguntas, como quantas horas o in­divíduo dormia à noite ou quanto tem­po passava com amigos e parentes.

A convite do PNUD, Michael Pen­nock, diretor do Observatório para Saúde Pública em Vancouver, Canadá, passou três meses no Butão em 2006 para desenvolver um questionário mais "internacional" sobre a busca da felicidade. "O questionário butanês era muito longo, eram necessárias seis horas para ser respondido. Fui ao Bu­tão para criar uma versão menor, mais concisa, que pudesse ser respondida em 20 ou 30 minutos. Usamos apenas 100 variáveis para indicar os níveis de satisfação de um indivíduo no seu co­tidiano", diz Penncock.

Os pilares da FIB no Butão foram "ocidentalizados" e passaram a ter nove dimensões. Além das quatro ini­ciais — bom padrão de vida, boa governança, proteção ambiental e pro­moção da cultura — foram adicionados outros cinco itens: educação de quali­dade, boa saúde, vitalidade comunitá­ria, gestão equilibrada do tempo e bem-estar psicológico.

-Foi preciso dar pesos diferentes para cada área, em cada país. Para
países mais pobres, enfatizamos as ne­cessidades materiais. No Butão, um peso maior foi conferido ao aspecto cultural — o que não acontece no Canadá, uma nação multicultural por na­tureza", explica Penncock.
O conceito da FIB já chegou ao Bra­sil. No final de outubro, o butanês Kar­ma Ura se reuniu em São Paulo com empresários interessados em susten­tabilidade, deu palestras na Unicamp e na USP e participou da I Conferên­cia Brasileira sobre a FIB. Apesar de ter estranhado o clima quente e úmi­do, Ura adorou o calor humano brasi­leiro. "Tenho certeza de que o concei­to da Felicidade Interna Bruta vai ser bem aceito no Brasil. Vocês sabem o que é ser feliz."

Haroldo Castro viaja como jornalista, fotógrafo e conservacionista.
Ele é o fundador do Clube de Viajologia e já documentou 138 países.


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Revista Planeta JANEIRO 2009

retirado de:
holosgaia.blogspot